O nosso bordado é feito à mão, é espontâneo e cheio de movimentos. Para preservar estas características cada tela é exclusiva e feita no “tempo de bordar belezas”, pacientemente e amorosamente. São telas bordadas em diferentes tamanhos e materiais.
As telas são feitas de forma interativa pela mãe, quatro filhas e o filho. A criação de uma tela tem momentos distintos e todos são igualmente importantes e de grande elaboração.
Primeiro é a concepção e inspiração do desenho pelo irmão Demóstenes, que é artista plástico. Em seguida, Marilu escolhe os tecidos, e em momentos de emoção às vezes cria cenários, reorganiza composições, recria espaços aonde cada uma das bordadeiras vai novamente colocar suas emoções, suas escolhas e ariscar-se em criações espontâneas. Durante o processo de bordar serão compostos novos desenhos, formas, volumes, e a bordadeira escolhe ela mesma, as cores das linhas, a textura, ou mesmo se o fio é de seda, de algodão, fino ou não. A bordadeira, portanto, não preenche apenas os desenhos: ela recria num rico momento de improvisação e espontaneidade.
As linhas utilizadas são muito variadas, desde as linhas tradicionais usadas em bordados antigos, finas, de algodão ou de seda. As linhas e fios são garimpados também em velhos armarinhos de recantos do Brasil e do mundo. A utilização delas é absolutamente livre. Os pontos são baseados no bordado clássico, aprendidos com a mãe, e hoje reinventados, com outro ritmo: ponto matiz, ponto rococó, ponto areia, ponto folha, escama de peixe, confusão ponto corrente, ponto cheio, ponto folha, ponto haste, ponto atrás, carocinho, alinhavos e pespontos, dentre outros que viram brincadeiras e surpreendem numa nova estética.
Este grupo há cerca de 30 anos acrescentou outras funções ao bordado e segue neste caminho de criar e reinventar o bordado espontâneo. Bordar que se expande a cada dia, a cada ponto transforma-se em telas e ocupa o espaço das artes visuais.